sábado, 28 de março de 2009

Com precedentes.

Estava sem rumo pela grande cidade. Queria estar só. Mas por todos os cantos havia pessoas, pessoas curiosas, nojentas. Não eram as mesmas pessoas com a qual tinha decidido viver. Eram outras, e isso lhe afligia. Mas vivia, aliás pecorria entre elas em busca de um lugar seguro. Foi que no canto escuro, o mais escuro da cidade, encontrou o abrigo, não havia ninguém ali. Talvez alguns ratos e baratas, mas seres humanos não. Talvez fosse melhor enfretá-los a enfrentar os porcos humanos. Ficou ali. Era sujo aquele beco sem saida, fedia muito. Mas agravada estar sozinho. Com seus pensamentos no mundo antigo. Pessoas, as pessoas, a lama, o adubo do gado, o cheiro de terra molhada. E os olhos abriram-se era insuportavel aquele cheiro. Colocou a mão no bolsoe retirou o cigarro, era o seu primeiro e tanto tempo tinha pensado em dá o primeiro trago e só agora... é agora, quem sabe amenizava o odor e podesse ficar em paz. Acendeu cautelosamente e deu o primeiro trago. De inicio parece que não foi tão bem. Relembrou então as cenas dos filmes, uma inspirada e depois uma baforada delicadas. Foi coisa de cinema pensou. Continuo a inspirar o cheiro daquela fumaça, e a ver que a vida começava a mudar a partir dali. Agora era ele e o mundo seu. Ele e o ratinho que se movia entre os blocos quebrados. Ele e o cigarro queimando. E queimando, queimando e acabando. Momento de espanto. Voltava o odor. Voltava a vida seca. Aproximava-se o ratinho, 'amigavam-se'. Viu a ultima baforrada na esperança de um novo continuar. Agora ele era parceiro da rataria num beco sem saida.
Nem é solidão o que se apegou em mim. É vazio das coisas passadas. Não que eu esperasse que fosse para sempre, eu sabia. Sabia tanto que quase não me espanto. As vezes aperta o peito, mas tenho a certeza que não estou só. Acalmo-me. Outras vivo tão contente por conseguir seguir em frente, em outros rumos. Por saber que eu sei sobreviver nesse pedaço de mundo.
É triste quando observa-se a decadência das pessoas. E as tantas outras que vagam pelo mundo dando chutões em baldes de metal. Fico com o pedaço que resta-me das velhas coisas, completo-me com as inovações.
...sigo em frente.

sábado, 21 de março de 2009

'lunna

Se amanhã não for o que eu imaginar? Ou se eu tiver com os dias contados? São pensamentos bem estranhos, mas representativo da vida real. A morte é o caminho de tudo. É a certeza, a única. E ainda não se pode mudar isso. Porém se você quiser, você pode dançar pelado no escuro. Escrever a maior besteira e divulgar na porta da Igreja. Transar em praça pública sem medo dos comentários posterior. Dizer barbáries em alto e bom tom. Declarar-se e não ter vergonha de chorar. Fantasiar-se e diverti velhinhos e crianças. Ser você em bom grau.
...por que em tempos como este o que importa não é o que virá, mas o que você faz agora.
E você pode sim fazer o que gosta.

do instante posterior

Primeira ligação às 19:09, alguns instantes que os Hermanos tinham entrado no palco. Ela não viu, acalmava-se num banho frio. Minutos depois, exatamente 19: 42, consegue uma segunda ligação, desta vez, consegue ouvir algo. Parecia distante. Era distante. Muitos quilometros longe dela. Lá na cidade maravilhosa, no canto da Apoteose. Tão exuberante os Hermanos cantavam. Só de ouvir, arrepiou-se. Realmente foi emocionante. Do Nordeste do país ela acompanhavam o que se cantava no Sudeste do mesmo país. Um uníssono incrivel. E tão delirante. Eram os Hermanos unidos outra vez. Era o coral carioca em grande estilo. E ela do outro lado, cantando como se estivesse presente.

"Canta que é no canto que eu vou chegar
Canta o teu encanto que é pra me encantar
Canta para mim, qualquer coisa assim sobre você
E Que explique a minha paz, tristeza nunca
Mais vale o meu pranto que este canto em solidão,
Nesta espera o mundo gira em linhas tortas..."

quinta-feira, 19 de março de 2009

Romeu e Julieta

"Assim que o amor entrou no meio, o meio virou amor
O fogo se derreteu, o gelo se incendiou
E a brisa que era um tufão
Depois que o mar derramou, depois que a casa caiu
O vento da paz soprou
Clareou, refletiu, se cansou do ódio e viu que o sonho é real
E qualquer vitória é carnaval, carnaval, carnaval
Muito além da razão, bate forte emoção, ilusão que o céu criou
Onde apenas o meu coração amará, amará
O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar
Sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz
Vem aqui, vem viver, não precisa escolher os jardins do nosso lar
Preparando a festa pra sonhar, pra sonhar, pra sonhar
Faça chuva, vem o sol, em comum o futebol deu você e o nosso amor
Convidando as mágoas pra cantar, pra cantar, pra cantar
O amor não se tem na hora que se quer, ele vem no olhar
Sabe ser o melhor na vida e pede bis quando faz alguém feliz"


-amanhã tem Hermanos na cidade maravilhosa, quanta esperança de um convite e uma passagem. Pena! amahã nem é meu aniversário. E se fosse eu teria? Puxa, será o show dos shows. É não tenho escolha, fico então com o meu som no quarto pintado e a imagem dos velhos Hermanos na telinha do pc, porque nem na tv poderei ver.

terça-feira, 17 de março de 2009

papel avulso,

Aquela falta que me apertou o peito agora, foi tamanha... resolvi escrever-te então. Quem sabe um pouco de sentimentalidade no papel faça você voltar. (parei pra secar os olhos e me perdi) Será que você se lembra tanto de mim assim como eu? Mas bem se algum dia o carteiro entregar-te essas palavras avulsas, saiba que eu realmente te amei. Acho por algum momento que te amo. E não é tão ruim assim, como cheguei a pensar. Ao menos terei alguma coisa pra ocupar esse meu tempo.
Lembro de ti, e imploro que voltes. Sente aqui do meu lado e diga as palavras mais desnexadas, para eu rir sem parar. Conte tuas histórias mais egoistas, e que eu sempre achava a maior besteira. Abrace-me como da primeira vez, quando de frio eu me encolhi. Diga pra mim agora todas aquelas caracteristicas que me qualificavam, quando estava ao teu lado. Vem para perto de mim, nem que seja só por hoje. Sinto tanto a tua falta, e agora ainda mais. Chegue de mansinho e destroçe o meu coração. Quero-te tanto agora, e não posso te ter. Mas se um dia nas tuas mãos chegar esse avulso papel, saiba sim, que ao te encontrar jamais pude estar só em mim. Agora já exausta de querer sem ganhar, peço-te tão sublime venha e sente-se na minha frente, quem sabe assim o vento te acaricie com o meu perfume e você jamais se vá.

sábado, 14 de março de 2009

E se as horas se atravancam,
O tempo não passa.
Assim, como passa tão rápido
No meu singelo respirar.
Das noites tristes peço abrigo.
Abrigo-me no meu desesperar.
Sou da fuga a minha tragédia,
A tua espera, a flor murcha na janela.
E do teu tempo, sou o meu que se atravanca.

segunda-feira, 9 de março de 2009

É lá em casa.

O mesmo dia, diante de vários novembros. As mesmas mulheres, os mesmo homens. Uns dias mais velhos, é óbvio. Sempre a velha perguntação, as grossas resposta e a risadaria no final de cada tarde. Numa noticia da novela, e o espanto. O riso e a irônia é constante. São de carne fria, são de sangue quente, um pouco em cada e ferve. Ferve bem mais quando é domingo. A mesa cheia, a sala composta, crescente e decrescente, em vários ângulos, na mesma casa de tantos anos. Os dias são completamente chatos, mas é bem certo, que se não fossem eles seria insuportável. Você vive, depois lembra. Sempre assim. Assim pra sempre, pretendesse. Talvez não será, pretendesse também. Mas vive a cada fim de um dia, na espera de renascer mais um. A espera do velho café do dia passado.

sexta-feira, 6 de março de 2009

segunda-feira, 2 de março de 2009

só um lado.

Fica a interrogação completa. Por quê? Qual o motivo? Quem sabe arbitrariedade. Não, não explicaria. Não consigo entender essa lógica. Pelo que parece eles também não. Porque os bons? E logo agora? É certo que todos temos um destino aqui. Talvez, pensando assim, cumpriu-se. Mas na cabeça insiste em dizer: é injusto. Mas quem sóis eu pra dizer o que é justo ou não. Acalmo-me. Consolo-te.
Ficam os 'ses'
...Mas nada adiantará.

UNIdiVERSIDADE

As pessoas crescem. Essa é a lei da vida (tudo bem, que algumas continuam pequenas. Umas no tamanho, outra no É coisa!...tudo bem, tudo bem), deveriamos não rir, nem expor assim.Contudo é tão bom ouvir isso. E tão curioso. Juro que desacreditei, mas que já era tempo pensei.Em minhas irritações, chegava a acreditar que não iria mudar. E agora vejo, tem futuro. Pense! ...Aula todo dia, todo dia - é bom ressaltar isso. Será que aquele garoto, tão descomposto para a educaçãoquer tê-la agora? É dificil de acreditar. Pra quem viu e ouviu.É audível! Senso-retrô: E se ele só pensa nas festas e diversões. Ou naquela velha coisa de universidade.A diversidade. A popularidade. A diversificação num meio totalmente unimultiplo. Vai saber...deveria não acreditar assim, afinal esta começando do dia a dia.
[...]
-É Juca dessa vez vai chover no Nordeste.
- Apois é, nem vou me aperriar do menino querer ir pro Sudeste.
-Reza agora viu Juca, Nossa Senhora compadeceu!
-E num é. Vou pra Lapa buscar a rapadura.
-Falou certo. Eu fico aqui pra cuidar da tua horta.
-Então vou me ir amanhã. Deixo o menino aqui.
-Cuide tu, Maria cuida aqui.