sábado, 30 de maio de 2009

meio fio de luz

Alguém lá do outro lado do pc escreveu: O que me estranha nessa felicidade entranha, é quão grande ela me parece, e mesmo assim sinto tanto medo que depois ela faça com que eu careça. Mas vou sentindo-a. Sofrendo na espera que ela possa ir. E fico vivendo duo. O que mais me estranha, é no que eu não posso sentir por completo, mesmo que já sinto.

Talvez eu de cá tenha sentido algo repulsso, como sofrer quando ainda se é feliz. E já encontro o meu erro. Ainda, essa é a palavra. Venha a não ser depois. Algum tempo se desfaça esse medo, quando nem tão cedo ela se vá...a tal felicidade.
Pior, cheguei a última conclusão, e quem não a tem, sene medo sempre.
É isso, vive sem saber, um pouco de jazz nosom de uma rua distante, acha que é festa e ri...
é feliz.


[idiota]

segunda-feira, 4 de maio de 2009

porão de farsas

Ainda que se pense que não é, bem sei é escuro aqui embaixo.
Falta-me as peças consagradas impuras. Já sei o que não deveria saber. Ao menos falta entender se os "ás" ainda sobraram debaixo da mesa, depois daquele poker mal jogado. Falcatruas, restaram pois alguém no porão, cheio de resquícios mal acabados, iluminados pelas fretas de luz. A única que sobra soterra-se na poeira. Encabulada, procura a saida.
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(um pensamento desonante)
O maior problema é o custo de oportunidade.
Sei que a vida é feitas de escolhas, basta saber qual escolher. Mas não sei qual.
Tanto faz, pensa Tico, todas me levam a uma renúncia. Aceito os fatos.
Tão idiota pensa Teco, vai ficar ai sem fazer nada?
Discutem ambos e não há consentimento.
É o sistema o causador do problema, sim o sistema nervoso.
Divergem-se as probabilidades, calam-se meus amigos.
Um instante mudo, e volto, talvez seria melhor continuar assim, deixar-me levar, deixar o tempo percorrer.
Imbecil!
Cala-te, não sabes que é melhor assim. De alguma forma já esta escrito no destino.
Não sabes de nada Tico. Posso usar de mim, e mudar o que quero. Basta dizer não a algumas coisas, erguer-me e seguir o lado oposto do trilho bem perto da encruzilhada, afinal não passa disso. Uma encruzilha, basta atravessa-la e continuo.
É, vai segue pelo outro lado e depara-te com o trem.
Talvez assim, eu consiga evitar o final tão trágico.
ACALMEM-se. Já sei o que me falta. Um pouco mais de experiência, e sim verei ao qual lado edificarei minha carta final. O qual não conseguir ficar sem, ficarei
...sem talvez. ou do outro sem ti por inteira. Interferia Tico.
É, não há tanta solução, quem sabe os dois lados?
...no final vai ficar tudo bem.
Irrita-se Teco, mas prefere calar.
Calam-se.
...
Passam-se os minutos e não lhe resta nada além de poeira...escuridão.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

a volta ao mundo

"Abro as pernas e as palavras se contraem: tua língua se apropria do meu texto, tua fala sempre tão bem dita. Fecho os olhos: teu poema me penetra, nossas palavras gemem, a poesia grita. Mas eu guardo em segredo minhas frases mais aflitas. Vou deixar que se enfiem em mim com dedos, membros, lingua e malicia. E o teu corpo, meu tutor se apropria do meu sem dono, num abraço pélvico escorregadio, num enroscamento longo qual novelo de delicias."




Queria melodiar as frases mais pornógraficas, mas não cabem a mim.
Alguns já o fizeram. Fico com o olhar indescente, as palavras sem sentido.Fico com as aproximações, as mãos umas nas outras. Fico mais com o apalpar do corpo, o arrepio da carne. Fico com o gélido da saliva, a lingua uma noutra, os lábios tocando. Fico com as mãos avançando, o toque aumentando. Fico com a roupa largada, os sexos encostando. Fico com as pernas abertas, as bocas molhadas, os apertões, e amassos. Fico com vagina em extase, o pênis ereto. Fico com a ejaculação, e a molhação. Fico com o sexo excitante. Fico com as imagens do casal do outro lado da rua. É com isso que fico.