segunda-feira, 28 de julho de 2008

É possível ter raízes e asas ao mesmo tempo?

"... Mas não quero ficar com o que vivi.Não sei o que fazer do que vivi,tenho medo dessa desorganização profunda."

Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estãodeixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão. Meu caminho é sem marcos nem paisagens. E como o conheces ? - me perguntarão. - Por não Ter palavras, por não ter imagem. Nenhum inimigo e nenhum irmão. Que procuras ? Tudo. Que desejas ? Nada. Viajo sozinha com o meu coração. Não ando perdida, mas desencontrada. Levo o meu rumo na minha mão. A memória voou da minha fronte. Voou meu amor, minha imaginação ... Talvez eu morra antes do horizonte. Memória, amor e o resto onde estarão? Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra. (Beijo-te, corpo meu, todo desilusão ! Estandarte triste de uma estranha guerra ... ) Quero solidão.
Cecília Meireles

domingo, 27 de julho de 2008

febril.

Era aquele vento que sussurava ao longe, anunciando a sua chegada. O frio que invadia, o seu corpo já sentia. Correu em direção a janela, com intenção de fecha-la. Nem era tarde. E o frio que habitava era tão tardio. De repente góticulas de água molhavam o solo seco. Parecia chuvas de verão - era inverno. Inverno no meu peito seco. Gélido país meu. E da chuva, veio a tempestade que desmoronou com todas as células. Não sobraram plantas. Era apenas lama. O som era extremo, atormentador e tão singelo. Mas tudo virou porcaria. Nem era mais noite. Quase dia. Outro dia. Flutuavam enfim, isopor das góticulas d'água. Claro era, frio também. Tudo parecia pedir paz. Ela ficou horas na janela vendo tudo embranquecer. Caindo de várias maneiras, tomando outras formas - seu ritmo acelerava. Amedrontava-a de tão grosseira forma que a neve tornou-se. Não parecia mais querer paz. Era violento, um branco entorpecedor. Sentiu medo, ela dirigiu-se ao sofá. Ficou ali, apenas ouvindo o mundo lá fora desabar. Não tão seco, nem ao menos fértil, o solo era água dura, palpavel. Nada mais de góticulas. Giravam numa dimensão terrivel, cresciam assustadoramente. Desciam o precipicio, e esbarrarou naquela porta, derrubando tudo, fazendo junção assim dela com a natureza, enfim
...bola de neve

sexta-feira, 18 de julho de 2008

dualismo

Essa minha face não me deixa em paz. Insiste que as coisas devem parar por aqui. E que por mais que insista, por mais que pareçam dar certo, jamais serão como nos planos e sonhos.
Minha faceta contradiz o que eu realmente sinto. Pra espantar o perigo faço dela meu abrigo. Abro forte um sorriso, assim tão forçado. Forjado. Mais parece que esou sentindo dor.
Já não sei se é banalidade. Essa dualidade é pura verdade.

domingo, 6 de julho de 2008

A pausa pra pensar

O homem permeia sem vagar
A borboleta bate asas sem parar
Espermatozóides em gosmas a flutuar
Andróides soltos no ar


...Piscou os olhos, suspirou.

. ? .

Qual a diferença entre aqueles que fazem o que gostam, e aqueles que gostam do que feazem?