domingo, 27 de julho de 2008

febril.

Era aquele vento que sussurava ao longe, anunciando a sua chegada. O frio que invadia, o seu corpo já sentia. Correu em direção a janela, com intenção de fecha-la. Nem era tarde. E o frio que habitava era tão tardio. De repente góticulas de água molhavam o solo seco. Parecia chuvas de verão - era inverno. Inverno no meu peito seco. Gélido país meu. E da chuva, veio a tempestade que desmoronou com todas as células. Não sobraram plantas. Era apenas lama. O som era extremo, atormentador e tão singelo. Mas tudo virou porcaria. Nem era mais noite. Quase dia. Outro dia. Flutuavam enfim, isopor das góticulas d'água. Claro era, frio também. Tudo parecia pedir paz. Ela ficou horas na janela vendo tudo embranquecer. Caindo de várias maneiras, tomando outras formas - seu ritmo acelerava. Amedrontava-a de tão grosseira forma que a neve tornou-se. Não parecia mais querer paz. Era violento, um branco entorpecedor. Sentiu medo, ela dirigiu-se ao sofá. Ficou ali, apenas ouvindo o mundo lá fora desabar. Não tão seco, nem ao menos fértil, o solo era água dura, palpavel. Nada mais de góticulas. Giravam numa dimensão terrivel, cresciam assustadoramente. Desciam o precipicio, e esbarrarou naquela porta, derrubando tudo, fazendo junção assim dela com a natureza, enfim
...bola de neve

Nenhum comentário:

Postar um comentário