quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

GozA-dor

Se fosse pra ela explicar me como é essa história de sentir a quentura queimando o corpo. Ela, talvez pudesse falar por instantes - de certo, que não responderia com clareza. Fui aos livros então, nada tinha de tão real. Coisas biologicas apenas. E reais é claro, mas não tanto. Foi preciso experimentar. Mas pouco tinha em mãos pra fazer. E de que se precisava? Falta álibe. Contudo, ainda restava o que fazer. Olhou-se na frente do espelho. Era eu, com uma cara estranha. Cara de mim mesma quando pensava em prostituir-me. Cara da velha Monthei. Tentei aproximar-me bem mais perto. Não via-me por inteira. Cada caco daquele espelho... um pedaço de Monthei. Eu em metades. E aquela ansia, aquele desejo. Consumiu-me. De repente, já era a prostituta mas bem vestida de toda Angels. Sentia me no direito de ir até a próxima escadaria - Aqui é mais fácil conseguir algo pelas escadas. Mais praseroso, eu também consentia. Pois dividia-se em si, como uma boneca de pano deitada numa pedra, assim tão..toda modelada. Era hora! Calma Monthei, dizia a mim mesma. Em um instante passei a acreditar que tudo o que necessitava era um humor agradável. Veio de súbito as histórias de pescadores, não tão cômicas. Outros contos, fábulas, piadas, besteiras americanas. Poucos risos. Me vi criança por um segundo. Era Monthei novamente, desesperada. Bastava-me aquele espelho. De tantas idiotices, iniciei um processo de imaginações. Foi então que vi no espelho um formato angular, cilindrico, ou nem sei mais o quê. Com os olhos trancafiados arranquei-o, aquele que mostrava a parte da boca, a minha boca. E de súbito inseri-lo na boca. Foi terrivel. Confortava-me porém. Fui descendo, Numa proporção rápida e lenta. Era odiante, mas pedia-me, me pedia o corpo. Foi então que enjetei em mim. Era eu, Monthei, talvez das partes minha em mim. Olhei no pedaço que ficou exposto. Vi a mim, Vi a ele. Chorava, e gritava,agitava-me nas arterias e veias. Enfim pudesse ver... vermelho a cor que esperei para saciar-me.

3 comentários:

  1. já vi que te inspira essa vontade de descobrir..
    uahauh..

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  2. Verdade... É melhor ficar nessa vontade de descobrir ou descobrir de uma vez? Seus textos poderão acabar... Ou apenas começar de um ponto de vista conhecedor... rsrs

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