quinta-feira, 26 de junho de 2008

re-feito.

'Que me invades a paz pouca.
À qual já não consigo ansiar
Fazes este leito terno impregnar
Minha mente louca
Aqui te ancoras; minh’alma sugada
De enlevos escuros – imprecisos
Desenha em mim teus sorrisos
Com doce ardor, tuas marcas
Cruas palavras que se escapam
Palavras secas... quem as poderá calar
Em língua dos imortais?
Inefáveis, verso algum há de se formar
Tapam-se os olhos... – ainda ecoam.
Remelexo dos deuses – tão desumana
Guiada és por amores
Teu descompasso, venais tambores
Do uníssono de nossos leitos, em fúria insana
Que em parte alguma se explica
E na qual vãs medidas não se dão.
Sobrevivem as mudas palavras, pagãs
Palavras - agora - úmidas.
Tão distante da razão!
Quem lhe há de resistir, vil ferida?
Diz-se amor?
Chamo-lhe loucura do desejo.
Escorrem-me a prudência, sobram sonho e ternura.
Dádiva de seres – que tu plantaste, e meu peito afaga.

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